sexta-feira, 4 de julho de 2008

Sul Americano de 1948

Friaça é o único titular campeão de 1948 ainda vivo

Aos 83 anos, Friaça é o último titular da conquista do Sul-Americano de Clubes Campeões de 1948 ainda vivo. Artilheiro do Vasco na competição com quatro gols, atualmente o ex-jogador mora com familiares em Porciúncula, cidade na divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais, e enfrenta problemas de saúde.

Friaça quase não sai de casa. Vive sob os cuidados da esposa Maria Helena e toma remédios regularmente. Em 1992, perdeu um filho prematuramente em um acidente de vôo-livre. Com a tragédia, Friaça passou a beber mais do que de costume. Também sempre fumou muito, o que prejudicou ainda mais a saúde.

Em 2005, Friaça foi internado na UTI de um hospital da cidade de Itaperuna, cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro, vítima de insuficiência respiratória. O ex-jogador também teve um AVC (acidente vascular cerebral) e perdeu a visão do olho direito.

Friaça morava e jogava em um time de Carangola (MG) quando foi descoberto pelo Vasco. O time fez uma excursão até a cidade mineira e perdeu um amistoso contra o time local por 2 a 1. Friaça fez os dois gols e veio com a delegação cruzmaltina na volta para o Rio de Janeiro em 1943. No total, foram 164 jogos e 108 gols pelo Vasco.

Na conquista do título de 1948, Friaça participou de todas as partidas. E fez o gol de empate contra o Colo Colo, em um dos jogos mais difíceis da conquista. Jogando contra o anfitrião e com a pressão de mais de 50 mil torcedores, o ex-atacante marcou de cabeça o gol que garantiu a ida do Vasco para o jogo decisivo com o River Plate, da Argentina, na última rodada, como líder da competição disputada por pontos corridos.

Os heróis do título

BARBOSA: Considerado o maior goleiro da história do Vasco, Barbosa faleceu no dia 7 de abril de 2000, em Santos (SP). Foi o goleiro menos vazado e fundamental para a conquista do título Sul-Americano de Clubes Campeões, em 1948. Sofreu três gols em seis jogos na competição e teve grande atuação no jogo decisivo contra o River Plate, da Argentina. Titular da Seleção Brasileira, defendeu o Vasco entre 1945 e 1955 e entre 1958 e 1960. Foi o jogador que mais títulos conquistou com a camisa cruzmaltina: campeão carioca em 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958; municipal em 1945, 1946 e 1947; sul-americano em 1948; do Torneio Relâmpago em 1946; e do Torneio Início em 1945, 1948 e 1958.

BARCHETA: Goleiro reserva de Barbosa, Fausto Barcheta entrou no segundo tempo da partida contra o Municipal, do Peru. Foi sua única participação no Sul-Americano de 1948. Era o jogador mais experiente do time na competição com 30 anos. No ano seguinte, se transferiu para o Flamengo.

WILSON: Zagueiro titular na conquista, Wilson participou de cinco dos seis jogos. Ficou fora apenas da partida contra o Emelec. Foi um dos destaques da final ao marcar o craque do River Plate, Di Stéfano. Faleceu em 1998. Jogou por nove anos no Vasco, de 1943 a 1952.

RAFAGNELLI: O ex-zagueiro argentino revelado pelo River Plate que atuou no Vasco da Gama de 1943 a 1948, Rafagnelli morreu no dia 6 de julho de 2001. Foi sepultado em Maricá, na Região dos Lagos. Então titular absoluto da zaga, foi barrado pelo técnico Flávio Costa na final em uma história até hoje cheia de versões. O treinador, anos mais tarde, disse que não sentiu confiança no zagueiro na véspera da final. Rafagnelli enfrentaria o ex-clube. Mas acabou entrando no segundo tempo com a lesão de Wilson. Antes de falecer, Rafanelli morava na Casa de repousos Docelar, em Niterói.

AUGUSTO: Zagueiro, Augusto jogou quatro partidas do Sul-Americano de 1948. Faleceu em 2004. Foi um dos principais jogadores do Expresso da Vitória: campeão Carioca em 1945, 1947, 1949, 1950 e 1952.

ELY: Meia bastante técnico, Ely participou dos seis jogos do Sul-Americano. Morreu em 1991 aos 69 anos. Disputou as Copas de 1950 e 1954; Está na lista dos maiores ídolos do Vasco.

DANILO: Um dos maiores craques brasileiros em todos os tempos, Danilo infelizmente morreu pobre e esquecido, morando num asilo, em 16 de maio de 1996. Chamado de "O Príncipe" por sua classe e habilidade, Danilo Alvim participou dos seis jogos do Vasco no Sul-Americano e fez um gol em cima do Nacional, do Uruguai. Titular na Copa de 1950. Era um dos maiores jogadores do Expresso da Vitória.

JORGE: Integrante da famosa linha de meio-campo do Expresso da Vitória com Ely e Danilo, o meia era um marcador eficiente. Jogou as seis partidas do Sul-Americano de 1948 e foi importante nos empates com o Colo Colo e o River Plate. Faleceu em 1998, no Rio de Janeiro.

MOACIR: Único jogador do elenco que não entrou em campo na conquista do Sul-Americano de 1948. Meia, Moacir tinha 23 anos na época da conquista.

O Sul-Americano marcaria a volta de ADEMIR ao Vasco após um período no Fluminense. Mas o atacante se machucou na primeira partida na competição, mas não sem antes marcar um gol sobre o Nacional, do Uruguai. Com uma fratura no tornozelo ficou apenas torcendo pelos companheiros no Chile. Faleceu em 1996, aos 73 anos, no Rio de Janeiro. É o segundo maior artilheiro da história do Vasco com 301 gols. Fica apenas atrás de Roberto Dinamite. Ademir foi titular absoluto da seleção brasileira e foi o artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com oito gols.

NESTOR: Atacante, Nestor participou de duas partidas do Sul-Americano de 1948 entrando no segundo tempo. Não fez gol. Era o jogador mais novo da delegação com 21 anos.

LELÉ: Atacante, Lelé entrou no time com a contusão de Ademir e fez três gols no Sul-Americano. Garantiu a vitória sobre o Litoral, da Bolívia, na estréia da competição ao marcar os dois gols. Era um dos mais experientes do grupo com 29 anos. Foi até citado numa marchinha de carnaval que se tornou popular na voz da cantora Linda Batista. Faleceu em 2003.

DJALMA: Meia-atacante, Djalma Bezerra dos Santos participou de toda a campanha do título. Jogou as seis partidas, mas não fez gol. Foi vítima de trágico e fatal acidente durante o Carnaval de 1954.

MANECA: Meia-atacante, Maneca jogou as seis partidas e marcou um gol no Sul-Americano de 1948. Faleceu em 1961. Participou das Copas de 1950 e 1954. Atuou pelo Vasco de 1947 a 1955. Jogava tanto na meia-direita como na meia-esquerda.

CHICO: Ponta veloz, inteligente e que chutava forte com os dois pés, Chico vestia a camisa 11 do Expresso da Vitória. Participou dos seis jogos da campanha, mas não fez gol. Como não tinha passaporte foi o último jogador a chegar no Chile para a competição. Foi expulso no jogo decisivo contra o River Plate após fazer um gol que foi mal anulado pelo árbitro. Faleceu no dia 1º de outubro de 1997. Na Copa do Mundo de 1950, ele jogou quatro partidas e marcou quatro gols pela seleção brasileira.

FRIAÇA: Foi o artilheiro do Vasco no Sul-Americano de 1948 com quatro gols. É o único jogador titular daquele time ainda vivo. Albino Friaça Cardoso foi também o autor do único gol brasileiro na final da Copa do Mundial de 50, em que o Uruguai derrotou o Brasil por 2 a 1, em pleno Maracanã.

ISMAEL: Atacante veloz, Ismael participou dos seis jogos do Sul-Americano e marcou dois gols. O mais importante garantiu a vitória de 1 a 0 sobre o Emelec, do Equador. Resultado que deu a vantagem de jogar pelo empate ao Vasco sobre o River Plate na partida decisiva.

DIMAS: Atacante reserva, Dimas participou de quatro partidas do Sul-Americano, mas não balançou a rede.

FLAVIO COSTA: Técnico do time, Flávio Rodrigues Costa faleceu no dia 22 de novembro de 1999. Acabou sendo estigmatizado por ter sido o treinador da seleção brasileira na derrota da Copa do Mundo de 1950. Foi nove vezes campeão carioca, sendo quatro pelo Vasco.

Fonte: http://www.supervasco.com

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